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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Natais e carnavais


Primeiro transformaram o Natal em evento comercial, agora noutro carnaval, com as grandes e pequenas cidades ao despique para conseguirem atenção mediática, seja com palhaçadas, seja com impressionantes pirâmides ornamentadas com toneladas de mau gosto e míriades de luzes pirosas a apelarem ao deslumbramento saloio, sem apego àquilo que individualiza um povo, que distingue uma nação. Os brasileiros fazem a maior "árvore de Natal" do Mundo, os belgas a mais ridícula, os ingleses aproveitam para se despir e, de cuecas e barrete de Pai Natal, outra ridicularia dos tempos modernos, espojam-se espalhafatosamente para gáudio próprio e alheio... E cidades portuguesas, ressalvado o bom gosto e espírito natalício daquelas que, como Bragança, preferiram distribuir prendas pelas crianças do concelho,  competem entre si com idênticas pirâmides metálicas e, sempre, milhares de luzes, a dissipar, não as trevas da ignorância que promovem, mas o erário público...
Admira-me que os cidadãos que gritam histéricos nas inaugurações, antes não vomitem enojados. Afinal, Natal, Passagem de Ano, Carnaval, dia de São Valentim, das Bruxas, lançamento do novo IPhone ou Windows -- que singulariza cada um destes eventos? Idênticas multidões possuídas de igual histeria, animadas com a mesma ilusão de felicidade comercial, por todo o lado o Admirável Mundo Novo a explodir em iguais fogos de artifício.

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