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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A árvore das patacas (2)

1976. Estava sozinho na sala de professores. Entra um tipo de gabardina apesar do calor, mais sebento do que o detective Columbo. A tresandar a cinzeiro.
-- É pá, já pagam? -- pergunta-me rudemente, à queima-roupa.
E eu, sem saber com quem falava: -- Ainda não. Creio que é só a 25.
-- Vou pôr uma bomba nesta merda. Olha, vou é prá Rússia, que lá há putas e vinho verde!
E desapareceu dali. Soube depois que estava de baixa por maluqueira. A receber o ordenado como se trabalhasse. Aprendi mais tarde que os malucos ganhavam o mesmo, progrediam por igual na carreira, só não precisavam de trabalhar. Na pior das hipóteses, colocavam-nos na biblioteca.

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