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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Uma lição

O Afonso está adoentado. Hoje, a mãe diz-lhe que não vai à escola (o infantário). Recusa.
-- Porquê?
-- Tenho coisas para aprender.
Recordo-me de um estudo sobre iliteracia que mostrava duas realidades nacionais: (1) baixíssima formação e (2) convencimento de que as habilitações e os conhecimentos possuídos eram mais do que suficientes para a execução da função social do inquirido. Coisas como "para aquilo que faço sei de mais" ou "estou velho para estudar (ou para aprender)". Enquanto nação, enquanto povo, enquanto adultos, imitemos as crianças, abandonemos a auto-satisfação arrogante de quem tudo sabe e nada precisa de aprender, recusemos as facilidades em que não haja correspondência entre títulos académicos e conhecimentos obtidos. Neste momento de crise nacional, mais do que protestos deitados, precisamos de nos levantar, de estudar com vontade, de exigir dos professores, não notas cada vez mais altas (chegando a 20, pára-se), mas um ensino de qualidade. Que paulatinamente substitua as patranhas do eduquês por conhecimento científico, técnico, literário. É o que espero, é seguramente o que o país espera, do novo ministro da educação, a quem desejo o maior sucesso. Para bem de todos nós.

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