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terça-feira, 30 de março de 2010

A ministra da educação e as ilusões dos profs

É confrangedor ver como confundimos a realidade com as nossas ilusões, indiferentes ao facto de a senhora ministra não ter, até agora e que eu saiba, implementado uma única das suas numerosas promessas, sempre alardeadas perante os media em vez de as fazer publicar no Diário da República. E com a vagueza que caracteriza o seu discurso, mais feito de insinuações e de sorrisos que de matéria concreta que evidencie conhecimento dos dossiês, tem conseguido granjear importante capital de simpatia e de ilusões, inclusive entre os profs, esperançosos de que o reinado negro da megera tenha finalmente terminado -- esquecendo que se trata de uma política desenvolvida nos últimos 30 anos, concebida pelas autodesignadas Ciências da Educação, as quais não foram minimamente molestadas pela mudança da equipa ministerial.
Não me surpreende, portanto, a notícia de que os alunos não reprovarão por faltas, que transcrevo:


"Alunos não chumbarão automaticamente por excesso de faltas


A ministra da Educação, Isabel Alçada, revelou hoje que os alunos com excesso de faltas não vão reprovar automaticamente, mas apenas por decisão do conselho de turma caso se verifiquem insuficiências na aprendizagem.
«A nossa proposta de Estatuto [do Aluno] não inclui a reprovação por faltas. A reprovação decorre da insuficiência da aprendizagem se assim o conselho de turma o entender», afirmou a ministra, em declarações aos jornalistas, no final de uma audição na Comissão de Educação da Assembleia da República.
Segundo Isabel Alçada, a proposta de alteração ao diploma, que seguirá para Conselho de Ministros «muito em breve», procura evitar a retenção por faltas, dando aos diretores e professores mais poder para impedir que o aluno falte repetidamente."
Diário Digital / Lusa
Assim, os alunos (eu tenho vários nessas circunstâncias) não precisarão de pôr os pés nas salas de aula e medidas visando o combate à indisciplina, como o reforço das exigências de pontualidade ou a aplicação de suspensão em caso de violência terão reduzido ou nulo efeito prático.
Em suma, alguma coisa precisava de mudar para que tudo ficasse na mesma. Mudou o rosto da ministra.

1 comentário:

Reinaldo Amarante disse...

Tens toda a razão. Mas não me espanta esta posição da ME, já que está coerente com a escolaridade obrigatória até ap 12º ano. Já era praticamente assim até ao 3º ciclo e nos profissionais, nos efas, cefas e o diabo que os carregue... Agora quem chumba quem, com os Directores de avaliação nas mãos? Agora é que é mesmo caso para bradar "É fartar vilanagem!..."