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domingo, 24 de janeiro de 2010

Tempo da poda (1)

Cansado de um fim-de-semana de labuta dura, corpo dorido, sobretudo as mãos, fico-me pelos versos de Cesário, que exprimem bem melhor do que eu o conseguiria fazer o prazer e o sofrimento do trabalho agrícola:

(FOTOS: à esquerda, o Vergílio; na de baixo, eu próprio; clicar para ampliar)













"Oh! Que grande alegria eu tenho quando
Sou tal e qual como os mais! E, sem talento,,
Faço um trabalho técnico, violento,
Cantando, praguejando, batalhando!"

"Hoje eu sei quanto custam a criar
As cepas, desde que eu as podo e empo.
Ah! O campo não é um passatempo
Com bucolismos, rouxinóis, luar.

A nós tudo nos rouba e dizima:
(...)
E o pulgão, a lagarta, os caracóis,
E há inda, além do mais com que se ateima,
As intempéries, o granizo, a queima,
E a concorrência com os espanhóis."

Cesário Verde, "Nós"

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