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domingo, 4 de outubro de 2009

Destilações

Faço o vinho, destilo bagaço primeiro, aguardente vínica depois. Outro fim-de-semana em que, não foram os cartazes, outdoors, acho eu, e nem me lembraria das eleições. Há muito que os meus votos estão destinados, o mesmo se passará com a generalidade dos eleitores, para quê a euforia da campanha enquanto o país empobrece?

(...)

Pelas auto-estradas que conduzem aos centros comerciais
telemóveis saúdam as novas catedrais
(Por aí fora, o abandono
Matas queimadas, hortas perdidas
peixes lançados ao mar
fábricas fechadas, reformas antecipadas
país de alheio dono
Desespero do desemprego, aldeias abandonadas
oh subsídio-servo-dependência!)

Não, nem orgulho ferido nem sonhos perdidos
agora já só o meu olhar camponês me magoa
como o mato à minha terra...
Chove no Verão, o Inverno aquece
E o nevoeiro não tece mistérios bastantes
outros que a miséria deste Portugal que esmorece

Só sei que de lado nenhum sairá a luz que rompe as trevas
porque já nem a noite é de breu
nem os dias resplandecem
e os amanhãs não cantam,
silenciosos como a nossa triste terra.
Posted by Picasa

2 comentários:

Reinaldo Amarante disse...

Não postaste nada hoje, dia 5 de Outubro. Aproveito o último...
Bebe um copo à República, mas acima de tudo, por todos nós PROFESSORES no nosso dia.
Um abração.

Reinaldo Amarante disse...

Seria injusto não fazer uma referência ao poema/retrato que postaste, desta terra que tanto amo. Obrigado pela partilha.