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terça-feira, 22 de setembro de 2009

Da vulgaridade

Na literatura, choca-me a vulgaridade, a ordinarice, o palavrão escusado. Entenda-se: não são as situações vulgares, ordinárias, as palavras obscenas que me chocam; é o facto de o escritor não ter feito o seu trabalho escolhendo o ângulo adequado, a perspectiva certa, o termo que a situação exige, seja ele ou não do calão. O que me choca é o recurso à vulgaridade para, simplesmente, disfarçar o não saber escrever, a falta de talento. Por exemplo, Justine ou os infortúnios da virtude, do Marquês de Sade, é um livro muito bom e muito bem escrito apesar da baixeza das situações e das personagens; Aquele Verão em Paris, de Abba Dawesar, com personagens requintadas e ambiente selecto, prima pela vulgaridade. E, antes que alguém mo recorde, qualquer um dos meus romances tem palavrões e situações vulgares. Indispensáveis e insubstituíveis, espero.
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