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sexta-feira, 31 de julho de 2009

Like a bird on the wire

Like a bird on the wire,
Like a drunk in a midnight choir
I have tried in my way to be free.
Leonard Cohen, ontem, no Pavilhão Atlântico. E também Suzanne (link para versão de 1970).
Profissionalismo, boa equipa, público acolhedor, pavilhão cheio - mas, por muita simpatia que tenha pelo cantor e respeito pela sua idade, muitos bocejos da minha parte... É um óptimo entertainer, reconheço, eu é que já não tenho paciência para tantos clichés poéticos e musicais, tudo perfeitamente previsível, a criatividade perdida talvez nesses idos de 70, como sucedeu a tantos outros cujas palavras continuam, no entanto, gravadas na minha memória e não raro inspiram a minha escrita... É, certamente, um problema pessoal:
porque, mudando-se a vida,
se mudam os gostos dela.
Acha a tenra mocidade
prazeres acomodados,
e logo a maior idade
já sente por pouquidade
aqueles gostos passados.

(Camões, Super Flumina)

Raramente os mitos sobrevivem ao contacto com a realidade. Deve ter sido por isso que Edgar Rice Burroughs, que nunca tinha estado em África, após o sucesso de Tarzan recusou todas as propostas para a conhecer...

1 comentário:

Reinaldo Amarante disse...

É por essas e por outras que eu raramente, para não dizer nunca, vou a algo que me cheire a "romagem de saudade", sejam espectáculos musicais ou almoços de ex-qualquer coisa. São demasiado deprimentes. Mas devo confessar que não fui ao Leonard Cohen por razões pessoais.